segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O domínio do tema

Este texto foi editado pela Revista Língua Portuguesa - Especial Redação.
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O DOMÍNIO DO ASSUNTO
Simone Goh


Qual a relação entre Fernando Sabino e os meninos do Programa Pânico ? Aparentemente nenhuma, haja vista que Sabino, grande cronista, é experiente em transformar assuntos corriqueiros em textos mágicos. Já, os garotos do Pânico parodiam tudo o que vêem pela frente. Todos partem de uma observação precisa e astuta, para construir seu texto falado ou escrito.
Dominar o assunto implica em entranhar-se nele, observar todas as relações existentes entre as várias áreas de conhecimento, livros e mídias, fazendo uma seleção das idéias que vão ao encontro de seu ponto de vista para iniciar seu texto.
Descobrir os limites temáticos é imprescindível e uma preocupação constante nas redações dos vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Isso, pois os textos serão desconsiderados, uma vez que eles não desenvolvam a proposta solicitada. Aqueles que tangenciarem o assunto, ou apresentarem baixa informatividade também não terão retorno tão positivo: texto raso, nota rasa.
A questão é: como desenvolver uma produção textual que sintonize informações, criatividade e engajamento ?

Três passos para elaboração de um bom texto :

1- Antes de tudo

Dominar o tema, não significa apenas reconhecer o assunto, mas, desenvolver uma relação entre os seus saberes, as informações externas e o tema em questão.
Ler o mundo, decifrá-lo e reconstruí-lo, ideais para o desenvolvimento não só dos textos, mas também da vida. O ser humano deveria ter um olhar atento para o que o rodeia, de forma a comparar, relacionar e inferir sobre suas leituras, filmes, papos entre amigos, revistas de qualidade e trazer tudo isso para seu universo pessoal.
Infelizmente, a fase dos porquês ficou isolada em nossa infância e deixamos de indagar sobre os mistérios da vida. Questionar é o início da aprendizagem. Isso nos lembra uma pequena passagem de Vidas Secas :

“ Uma das crianças aproximou-se, perguntou-lhe qualquer coisa. Fabiano parou, franziu a testa, esperou de boca aberta a repetição da pergunta. Não percebendo o que o filho desejava, repreendeu-o. O menino estava ficando muito curioso, muito enxerido. Se continuasse assim, metido com o que não era da conta dele, como iria acabar ? Repeliu-o, vexado :
- Esses capetas têm idéias.” (Ramos, 1986, p.20)

Que pena Fabiano! Se não fosse a repreensão, o que seria daqueles meninos? Menino mais velho, menino mais novo, curiosidade + questionamentos = reflexões. Se o mundo onde nos encontramos não nos dá respostas, procuramos em outros mundos, em outros meios, mas, se nos calarmos, tornamo-nos mudos intelectualmente.
Formular perguntas sobre os vários fatos de nosso cotidiano e buscar as respostas nas mais diversas fontes ideológicas, culturais e filosóficas é crucial, pois são essas informações, que irão fundamentar seu texto.

2. Na hora “H”

Compreensão é o primeiro passo, muitas vezes o tema apresenta- se implícito em uma frase, ou em um texto. A idéia é grifar as palavras-chave – substantivos, adjetivos, verbos e se existirem outros textos como apoio, partir para essa leitura, que com certeza tornará o assunto mais claro, evitando possíveis desvios.
A maioria das Universidades Públicas e Particulares, bem como o ENEM solicita a estrutura dissertativa, a partir do tema explicitado em um parágrafo, ou em um texto. Algumas instituições utilizam também outros textos de apoio, com estruturas diversas em que o tema está articulado às idéias do respectivo autor.
O cuidado para não se deixar levar por apenas um dos textos, ou fragmentos dos mesmos, deve ser ressaltado, o ideal é entendê-los como um todo. Por exemplo, no Enem 2006 em que o tema em questão foi: “O poder transformador da leitura”, vários candidatos utilizaram o texto de apoio de Moacir Scliar como única fonte – nesse, o autor fazia referências à sua introdução no mundo da leitura e o quanto sua mãe foi importante naquele momento. O fato é que alguns candidatos desenvolveram texto narrativo, cujo assunto tratava especificamente de suas experiências de alfabetização e leitura, deixando assim de articular com o tema em questão - a leitura como instrumento de construção de conhecimento do mundo e conseqüentemente desenvolvendo outra tipologia textual.
Atentar-se para as datas dos textos, autores e a tipologia , também é outro fator importante. Geralmente, os textos-base ou de apoio são artigos, imagens, tirinhas, história em quadrinhos, ou até mesmo gráficos. Assim, se forem mais de um, temos que nos atentar para o diálogo existente entre eles; o assunto ganha novas reflexões, mas partem de um único eixo.
Não é indicado, porém, copiar trechos dos textos, apenas utilize uma ou outra paráfrase para elucidar sua idéia, se necessário.
Plano Concreto : formular uma pergunta, elencar argumentos, causas e conseqüências, sem esquecer das propostas de intervenção ou seja, soluções engajadas para o problema em questão, a partir daí é só transpor todas essas idéias para a estrutura, sem esquecer da competência lingüística, coesão e coerência.

3. Depois dos exames

Relaxe e se divirta, lendo uma boa crônica ou assistindo, criticamente claro, a programas de tv.



sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Projeto Universidade na Alfabetização - O menino e a bola


Em novembro do ano passado a aluna-pesquisadora Célia Taquehara, juntamente com a Profª. regente Adriana A. Madureira desenvolveram um mini-projeto - O menino e a bola , com base no livro. Alunos da 1ª. série reescreveram a história e construiram seus próprios livros. Pude participar do encerramento do projeto, quando as crianças apresentaram todo o trabalho que contribuiu para o processo de alfabetização e letramento.

Parabéns a todas as crianças da profª. Adriana, a aluna Célia e agradeço pela homenagem.









Simone Goh

Monteiro Lobato sempre....


Os alunos do 3º alem e 4º alen do Curso de Letras da Uniesp tiveram como corpus de trabalho os textos de Monteiro Lobato. O 3º fez um levantamento sintático e o 4º semântico em contos, fábulas e textos infantis do autor. Em relação ao levantamento semântico, os alunos identificaram muitas frases feitas e conotações nas obras. Para finalizar, construímos um espaço dedicado ao escritor taubateano, onde as personagens se apresentaram. Língua e Literatura viva !